Ganhos extras de fim de ano, como 13º salário e bonificações, aquecem o desejo de compra do consumidor que, com a ‘faca e o queijo na mão’, muitas vezes se esquece de buscar mais informações para ter certeza de que não está caindo em um golpe.
Entre os golpes mais comuns nas compras online, o fim de ano não guarda nenhuma grande novidade se comparado com outras datas de consumo tradicional, como a Black Friday, segundo especialistas consultados pelo InfoMoney.
- Sites falsos que simulam plataformas de grandes varejistas;
- SMS, mensagens no WhatsApp ou Telegram e e-mails de supostas promoções “imperdíveis” com links maliciosos que direcionam o consumidor a portais fraudados;
- Formulários e download de aplicativos maliciosos;
- E perfis falsos em redes sociais que fingem ser de lojas oficiais estão entre as estratégias mais comuns.
André Carneiro, diretor-geral da gestora global de exposição cibernética Sophos no Brasil, explica que a interceptação de carrinho de compra, um outro tipo de golpe em compras online, também é uma modalidade que se fortalece nessas datas.
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Neste golpe, o criminoso instala um malware (software malicioso) no equipamento por onde a vítima realiza compras. Essa instalação advém das táticas mais comuns, como e-mails e mensagens fraudulentos que contém links que, uma vez clicados, instalam o programa na máquina da vítima. Uma vez instalado, ele é capaz de interceptar a compra online do usuário em algum site, roubando os dados de pagamento preenchidos e fazendo uma nova compra na sequência, mas dessa vez enviando os produtos para o seu próprio endereço.
Além disso, o consumidor deve ter em mente que as adaptações das iscas elaboradas pelos criminosos acompanham o calendário. Então, no fim de ano, é mais comum ver promoções de itens relacionados a presentes de Natal, como eletrônicos e roupas, e às férias, como viagens. “Por isso, o consumidor deve sempre desconfiar de preços muito abaixo do mercado, sobretudo, em um momento que o item está sendo muito procurado”, pontua Matheus Manssur, superintendente da empresa especializada em dados e prevenção a riscos ClearSale.
Como se proteger?
A maioria dos golpes mais comuns no fim de ano são suportados pela tática de engenharia social, ou seja, dependem que a vítima morda a isca por escolha própria. Por isso, a atenção redobrada do consumidor também pode livrá-lo de grande parte dos riscos.
Ouvindo Manssur, da ClearSale, e Carneiro, da Sophos, o InfoMoney reuniu as principais dicas para quem quer comprar nesse fim de ano.
Recebeu promoção por e-mail ou mensagem? Procure você mesmo no site da loja
Ao receber uma oferta por e-mail, SMS ou mensagem, não clique no link enviado. Observe o nome do varejista que está vendo o produto e o valor. Procure o site da loja, busque o produto nele e bata as informações – nome, preço, tamanho, cor.
Se a promoção for verdadeira, ela estará no site e não dependerá de um link específico.
Também compare as URLs (o endereço do site) para entender se o link enviado diretamente para você de fato bate com o endereço oficial da varejista.
Compre sempre em páginas “https” e nunca em “http”
Ao entrar em uma loja virtual, clique no link do site e veja se ele inicia com “https”. Se sim, é mais um indício de que o portal é seguro.
Caso o endereço inicie com “http” somente, sem a letra “s”, não digite nenhum dado e saia do portal imediatamente. Este formato permite ao dono do domínio visualizar todos os dados inseridos por outros no site, como número do cartão, código de segurança, senhas e informações pessoais.
Compras online devem ser feitas preferencialmente no cartão de crédito e utilizando o cartão virtual gerado pelos bancos
Isso porque, em caso de golpe, é muito mais fácil reaver o valor cancelando a compra feita no crédito direto no banco do que tentando recuperar valores no débito ou no PIX.
Nunca deixe cartões de crédito e dados salvos em sites
Ainda que a loja exista de fato e seja segura, ela também pode ser vítima de ciberataque. Um estudo da ClearSale estimou que, entre 11 e 25 de dezembro, o e-commerce brasileiro sofreria cerca R$ 103 milhões em tentativas de fraudes, aumento de 3,3% na comparação com o ano passado.
O risco para o consumidor que deixa o cartão salvo no site da loja é que, caso os golpistas obtenham sucesso em invadir os sistemas de uma varejista, eles terão acesso as dados de pagamento e informações pessoais dos clientes. Por isso, a orientação é nunca deixar cartões de crédito salvos em portais.
Ative as notificações do aplicativo do banco
As notificações dos bancos são importantes para que o usuário saiba em poucos segundos caso seu cartão esteja sendo usando indevidamente por algum criminoso.
Com a agilidade, é possível bloquear o cartão por meio do aplicativo e notificar o banco de compras indevidas. Por isso, sempre permita ser notificado pelo seu banco sobre transações feitas utilizando a sua conta e seus cartões.
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Como editor do blog “Poupanca.net.br”, trago uma visão única sobre finanças digitais e tecnológicas, combinando minha formação em Sistemas para Internet pela Uninove com meu interesse em economia. Meu objetivo é fornecer insights e análises atualizadas sobre como a tecnologia está impactando o mundo financeiro. Junto com nossa equipe, buscamos oferecer aos leitores uma compreensão abrangente do universo das finanças.